domingo, 29 de abril de 2012

Praça Alfredo Dantas: paz e sossego no centro de Campina

A nome da praça é uma homenagem ao tenente Alfredo Dantas que fundou em Campina, em 1919, o Instituto Pedagógico, hoje Colégio Alfredo Dantas, a mais antiga escola privada do município.


Vista frontal da praça. A Barão do Abiaí, à esquerda, e a Maciel Pinheiro, ao fundo, à direita


Localizada bem no centro comercial de Campina Grande e respirando o agito nervoso da cidade, a praça mais parece um refúgio, um oásis no meio do deserto urbano de concreto. Cercada de lojas comerciais, bancos, bares e restaurantes, asfalto e carro por todo lado, a praça parece, à primeira vista, sufocada pelo caos urbano. Mas não é bem assim. Quando você entra na praça e senta em um banquinho à sombra das árvores, o tempo parece diminuir o rítimo, a agitação parece mais lenta, o ar circula mais fresco, a cidade parece mais bela. A praça é um lugar adequado ao descanso. Bom pra esfriar o calor do dia, relaxar entre uma compra e outra, para ver o tempo passar ou simplesmente namorar. 








A praça foi construída no formato de triângulo, atendendo a uma tendência da expansão urbana no local. Campina foi crescendo no sentido do que hoje é o bairro da conceição e da Palmeira, as casas iam sendo construídas de um lado e do outro e a praça ia se delineando, meio sem querer, como um terreno baldio triangular. Ao lado do terreno, que depois virou praça, funcionava bem antigamente um dos tradicionais hotéis de Campina, o Hotel Regina, posto abaixo bem depois para construção de uma agência bancária. 














O tenente Alfredo Dantas Correia de Góes que "emprestou" seu nome a praça, nasceu em Teixeira, no interior da Paraíba, em 1870, e faleceu em 1944. Ele era filho do médico Manoel Dantas Correia de Góes que foi presidente interino da Paraíba em 1889. Tenente reformado do Exército, Alfredo Dantas fundou, em 1919, o Instituto Pedagógico, que se destinava ao ensino dos cursos primário e secundário para ambos os sexos. Em 1944, o Instituto passou a se chamar "Ginásio Alfredo Dantas", que foi a base para o atual CAD, Colégio Alfredo Dantas.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Pelos becos e ruas estreitas de Campina Grande

Cavalcante Belo e o Beco dos Bêbados


 O antigo Beco tendo a rua Maciel Pinheiro ao fundo

A rua Cavalcante Belo é uma rua pequena, estreita e enladeirada que se situa bem no centro comercial de Campina Grande. Ela começa na rua Floriano Peixoto, quase em frente ao casarão de Cristiano Lauritzen, cruza a rua Barão do Abiaí, indo acabar no encontro com a rua João Alves de Oliveira, a antiga Rua dos Paus Grandes, que desagua no Ponto de Cem Réis.

A Cavalcante Belo era conhecida antigamente como o "Beco do Bêbados", numa época em que Campina Grande era repleta de becos e vielas. O nome certamente designava um espaço urbano frequentado pelos apreciadores de uma boa bebida, um espaço de convívio etílico. O beco foi um dos poucos que resistiram à ação modernizadora de Vergniaud Wanderley entre os anos 30 e 40 do século XX. Embora à epoca a vizinhança reclamasse das condições de higiene do beco, ele resistiu "como simpática recordação de pileques homéricos". (1)




 O antigo beco tendo ao fundo a rua João Alves de Oliveira






Manuel Cavalcante Belo foi sub-prefeito de Campina no início do século XX, nos tempos do prefeito Cristino Lauritzen, e coronel com patente conferida pela guarda Nacional. Contudo, "Neco Belo", como era mais conhecido, ficou famoso como um grande ícone do carnaval de Campina Grande. Foi fundador de blocos carnavalescos na cidade e grande incentivador do nosso carnaval de rua. Cavalcante Belo dá nome também a uma outra rua de Campina, a rua Neco Belo, no bairro da Liberdade. 






A Cavalcante Belo é hoje uma rua comercial, embora resistam ainda alguns edifícios residenciais e casas de moradia. O espaço é dominado principalmente pelas lojas de eletroeletrônicos e de informática. Na rua funcionou também uma filial da Livraria Cultura, nos tempos em que a livraria era grande, forte e procurava se expandir. Hoje a Cultura está de fogo morto, última das grandes livrarias que existiram em Campina Grande.

Obra citada:
(1) Véras, Cassandra Carmo de Lima. O Espelho de Narciso: uma visão histórica das transformações urbanas em CampinaGrande (1935-1945). p. 46. Disponível em < http://pt.scribd.com/doc/46677029/O-Espelho-de-Narciso >.