sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O açude novo e o Parque Evaldo Cruz

Um espaço verde bem no centro de Campina Grande




Quando vi pela primeira vez o Parque Evaldo Cruz ele não era mais o antigo açude que abastecia Campina, nem era ainda o parque que hoje deixa a cidade mais verde. O açude já havia sido drenado e estava seco e em seu lugar já se desenhava o formato do parque que iria surgir. No imenso vazio que ali existia a meninada da região jogava bola e se divertia. Mas eu nunca cheguei a participar dessas partidas acirradas de futebol. É que eu me mudei para Campina em 1975 e morava no Alto Branco, um pouco distante. Então, raramente passava por lá e via aquela imensidão. Mas foi só no ano de 1976, quando já morava na Liberdade e era obrigado a passar pela região em direção ao  centro da cidade, que passei a conviver com o parque. Depois de sua inauguração, então, ele se incorporou definitivamente à minha vida. 


O açude novo à direita e os coqueiros de Zé Rodrigues à esquerda
Foto: Coleção particular de Lêda Santos de Andrade


O Açude Novo foi construído em 1830 com o objetivo de abastecer a população de Campina de água potável devido às secas que assolavam a região. Ele foi o segundo construído na cidade. O primeiro foi o Açude Velho, hoje um famoso cartão postal do município, e o terceiro foi o também famoso Açude de Bodocongó. Por quase 100 anos os Açudes Novo e Velho foram as únicas fontes de abastecimento de água da população. Em 1976, foi transformado em parque pelo então Prefeito Evaldo Cruz, que lhe deu o nome de Parque do Açude Novo. Após a sua morte, em 1985, a área de lazer passou a ser chamada de Parque Evaldo Cruz, uma homenagem póstuma a seu idealizador. Contudo, ele continua sendo mais conhecido pelo antigo nome.

Eu não cheguei a participar de sua inauguração. Não estava lá. Contudo, frequentei durante anos o novo açude nas tardes de domingo. Na época, as árvores e as palmeiras que hoje lhes dão cor e charme eram ainda muito pequenas. Eu vi estas árvores crescerem! Lembro também dos escorregos, dos balanços, das gangorras e das amarelinhas que animavam a garotada numa disputa frenética. Infelizmente eles não estão mais lá. Lembro também de um grande labirinto que desafiava a nossa imaginação e de uma enorme armação de aço, em forma de cubo, na qual nos trepavamos atravessando-a de um lado a outro. E o que dizer dos bancos que se espalhavam pelos jardins, da fonte luminosa que jorrava água nos fins de tarde, salpicando nossas roupas de domingo. O que dizer dos vendedores de pipoca, de algodão doce e dos fotógrafos que, com seus pequenos poneis e máquinas possantes, davam um espetáculo à parte. Tudo soava a música e a poesia. Ao som de Lady Zu e no rítimo da abertura política que tomava forma, o Açude Novo brilhava nas tardes de sol da rainha da borborema.























Para saber mais sobre o açude e sobre o parque você pode acessar o blog cgretalhos. Lá você encontra fotos antigas do açude e da construção do parque (fotos da construção do obelisco, por exemplo) e curiosidades.




Um comentário:

  1. E aê, primo! Cara, muito boas as tuas postagens. Tenho acompanhado. Um abraço.

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