quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Um passeio pela feira de Campina Grande



A feira central de Campina Grande surgiu, como muitas outras feiras do interior do nordeste, da necessidade de as pessoas se encontrarem para a troca de mercadorias. No caso de Campina, a feira se deve ao encontro dos tropeiros que atravessavam a região, vindos do interior em direção ao litoral. Os tropeiros paravam em Campina para descansar os animais e se abastecer de produtos que lhes eram necessários. Antes dos tropeiros, a região onde hoje se encontra a feira havia sido ocupada por Theodósio de Oliveira Ledo que fundou alí um aldeamento de índios Ariú (nação Kariri), bem no local onde hoje se encontra a Rua Vila Nova da Rainha. Daí em diante o local se tornou espaço de referência para o encontro de tropeiros e boiadeiros que cruzavam a região em todas as direções. Brotava daí não só o aldeamento que daria origem a Campina Grande como também um dos mais importantes patrimônios de seu povo, a feira central. Por isso, há quem diga que a história de Campina Grande está intimamente ligada à história de nossa feira.

A feira de Campina Grande é uma das maiores de todo o Nordeste e se orgulha de funcionar durante todos os dias da semana, embora a sua apoteose festiva ocorra mesmo no sábado. É issso mesmo. A feira de Campina é realmente uma grande festa, uma festa de todos os cheiros, de todas as cores e de todas as gentes. E ela começa cedo. Desde as primeiras horas da madrugada tem gente vindo de todo lugar, de carro, caminhonete, caminhão, de carroça de burro e tudo o mais, trazendo coisas pra vender. Eles se espalham por todo lado como formigas barulhentas, arrumando as barracas para atender aos clientes que não tardam a chegar. E quando nasce o sol a feira explode em todas as suas cores. Uma algazarra, uma gritaria alegre, um vai e vem de gente comprando, vendendo, trocando, se esbarrando uns nos outros, andando pra lá e pra cá sem ter o que, só pelo prazer de curtir mais um dia de feira.













 
 A feira de Campina está dividida em diversos setores, cada um deles especializado em comercializar um tipo de produto. Tem a feira de flores, a feira de peixe, o mercado central, especializado na venda de carne, cereais e mercearia; a feira de queijo e doces, a feira de roupas, de fumo e por aí vai. O certo é que você pode encontrar de tudo na feira de Campina. Mas o bom mesmo é andar pela feira despreocupadamente, curtindo a agitação, tomando gelada de côco com pastel, ou mesmo sentar numa das inúmeras barracas que se espalham pela feira, comer um picado de bode com uma dose de misturada e se misturar com a ecologia do lugar. Opa! Bota mais uma que essa desceu rasgando.



















Uma delícia a feira de Campina. Um colírio para os olhos e um doce sabor ao paladar. Se você tiver sorte ainda encontra um par de violeiros fazendo versos, uma embolada bem animada ou um sanfoneiro puxando o fole e bebendo cachaça. Difícil mesmo é andar pela feira e saír de lá sem comprar nem que seja uma dúzia de limão.



terça-feira, 16 de outubro de 2012

As Igrejas Pentecostais de Campina Grande e seus nomes curiosos



Basta andar pelos bairros de Campina para se deparar com uma Igreja Pentecostal com nome, no mínimo curioso. Nações para Cristo, Torre de Vigia e Chama Ardente são apenas alguns dos nomes que aparecem estampados nas paredes de casas simples, galpões, velhos armazéns e todo tipo de espaço coberto onde seja possível abrigar uma igreja. Cada uma delas deve o seu nome à criatividade do pastor ou do lider espiritual do templo, inspirados por uma revelação de Deus, por uma visão criativa do seu lider ou por um outro motivo qualquer. O certo é que os nomes curiosos se sucedem, espalhados por toda a cidade e região polarizada por Campina. 


No distrito de Lagoa de Dentro

Na Catingueira

No Centro, próximo ao Ponto de Cem Reis

Santa Rosa, Av. Costa e Silva

 I.P.V.C.C, no distrito do Alvinho, na vizinha Lagoa Seca


Na feira central, por traz do Sesc Centro

Av. Almirante Barroso, no Cruzeiro

Não é apenas em Campina Grande que essa tendência se prolifera. Esse fenômeno ocorre em todo o país, acompanhando o crescimento do pentecostalismo e a pulverização das seitas pentecostais pelo território brasileiro. E assim estes nomes curiosos se espalham por todo o Brasil. Basta uma pesquisa simples na internet para se encontrar listas e mais listas de nomes curiosos e realmente incríveis. Eu, de minha parte, quando estou de viagem pelo Brasil procuro registrar estas expressões de religiosidade do nosso povo expressas em suas Igrejas. Nas fotos abaixo podemos ver algumas delas.


 João Pessoa, PB

 Distrito/ praia de Carne de Vaca, Goiana, litoral norte de PE

Belo Horizonte, MG

 Belo Horizonte, MG

 Em Juazeiro do Norte, CE

 A MIRRA, em João Pessoa, PB

Em Tangará, RN

Em Campina Grande, o crescimento e a expansão dessas Igrejas é acelerado e bastante dinâmico. Na verdade há um movimento incessante dessas Igrejas, uma espécie de vai e vem constante, caracterizado pela abertura de novas Igrejas e denominações, pelo fechamento de outras e pela mudança constante de templos de um lugar para outro. Um campo religioso em plena efervecência. O bom é que todo canto é canto para se abrir uma Igreja. Pequenas casas, antigos armazéns, galpões novos ou usados e mesmo prédios de diferentes tipos construídos para este fim, servem como espaço para avivamento e propagação da fé.


Na Rio de Janeiro, Liberdade

No distrito de S. J. da Mata

Na BR 230, distrito de Santa Terezinha

Na Vigário Calixto, próximo ao Sesc Açude Velho

Na Catingueira

É isso ai. Pra encerrar, deixo com vocês algumas fotos que retratam a fé do nosso povo e as diferentes formas de expressão da espiritualidade de nossa gente. Querem ver? Primeiro a taróloga Yasmin de Campina Grande. Depois, em Belo Horizonte, MG, a promessa de ter a amada de volta, a consulta espiritual da profetiza Rejane Rocha e as cartas e búzios de D. Samira. Em seguida, a propaganda da Igreja Vento Pentescostal em um carro entre os municípios de Barro e Milagres, no Ceará. Para encerrar, as cartas e búzios de D. Lira, na cidade do Crato, também no Ceará.