domingo, 30 de setembro de 2012

O calçadão da Cardoso Vieira



O calçadão da Cardoso Vieira é um dos pontos mais conhecidos e tradicionais do centro de Campina Grande. Situado entre as ruas Venâncio Neiva e a rua Marquês do Herval, o calçadão é o ponto nervoso da cidade. É aqui que se discute apaixonadamente a política, que se atualizam as notícias sobre futebol e que se fica sabendo das notícias e novidades da urbe. Na verdade o calçadão é uma grande festa urbana e nela se misturam transeuntes que circulam por ali diariamente, engraxates que fazem ponto no local, velhinhos que se sentam para um bate papo, vendedores e artistas locais que aproveitam o espaço para uma demonstração de sua arte. O calçadão é também uma importante área comercial da cidade. Lá podemos encontrar lanchonetes, como a do seu Henrique, famosa pelos sanduiches de queijo e de pernil; o café São Braz, hoje café, choperia e restaurante; farmácias, especialmente a farmácia Petrópolis, uma das mais antigas de Campina; casas lotéricas, lojas de artigos fotográficos e até uma agência dos correios.






O calçadão da Cardoso Vieira foi criado pelo entrão prefeito Evaldo Cruz e, no início dos anos 80, foi ampliado, se espalhando também pela Venâncio Neiva e Maciel Pinheiro. Em uma nova reforma, realizada durante a gestão do prefeito Felix Araújo, o calçadão é reduzido, retornando para o seu antigo local, a Cardoso Vieira. Quando o calçadão expandido foi inaugurado eu estava no último ano do então segundo grau no colégio Alfredo Dantas. Naquela época, o calçadão era o ponto de encontro de estudantes dos diversos colégios que ficavam no centro da cidade e na região, entre eles o Estadual da Prata, o 11 de outubro e o Integrado da Furne. O calçadão ficava todo colorido pela diversidade de estudantes fardados em diferentes cores.

Um exemplo da enorme diversidade que o calçadão representa pode ser vista no vídeo abaixo. Nele é possível ver o sanfoneiro Pinto do Acordeon e o cantor campinagrandense Capilé dando uma canjinha para um público atento que se expreme no calçadão para ouvir a dupla. Por lá se apresentam também emboladores, mágicos, cantadores, vendedores apresentando seus produtos, palhaços e muitos outros artistas que fazem do calçadão um espaço de cultura a céu aberto.














Eu gosto de frequentar o calçadão vez ou outra pra curtir a agitação. Ir na loja do Treze ver as novidades, encontrar amigos para bater um papo, fazer um lanche na lanchonete do seu Henrique ou mesmo sentar no café São Braz para tomar um chopp bem gelado, regado a uma boa conversa e, quem sabe, encontrar por lá Biu do Violão ou mesmo Biliu de Campina, com seus eternos óculos escuros e seu matulão de couro. Mas o calçadão está precisando de cuidado e de uma reforma. O descuido está deteriorando um dos principais pontos de reunião e encontro do povo de Campina Grande, um espaço que é a cara de nossa cidade.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP)


Os três pandeiros de Oscar Niemeyer




O Museu de Arte Popular da Paraíba já ficou conhecido popularmente como o Museu dos Três Pandeiros, devido ao seu formato arquitetônico, três grandes círculos que lembram três pandeiros, projetados sobre as águas do açude velho. O museu pertence à Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e está em fase de conclusão. A ideia original é que o museu exponha em seus três espaços, ou pandeiros, artesanato, música, e obras de literatura de cordel, cantoria e xilogravura. O Museu também prestará homenagens aos mais ilustres artistas da música nordestina, a exemplo de Sivuca, Jackson do Pandeiro, Marinês e Luiz Gonzaga.


Foto: campinacrescecomvoce.org
Foto: campinacrescecomvoce.org








A inauguração do museu está prevista para este ano (2012). As obras estão bem adiantadas. Quando ele estiver pronto traremos uma nova postagem, apresentando o museu em mais detalhes. Abaixo você pode assistir a uma reportagem sobre o museu apresentada pela TV Borborema, afiliada do SBT em Campina Grande.



sábado, 22 de setembro de 2012

A Travessa Tiradentes




Localizada bem no centro nervoso de Campina Grande, a Travessa Tiradentes mais parece um refúgio de paz e de tranquilidade no agito urbano de nossa cidade. A travessa, uma pequena e estreita rua sem saída, parece mais um braço, um pequeno apêndice da Rua Tiradentes, tradicional logradouro que se estende entre a rua Irineu Joffily e a rua Sebastião Donato. É pela Tiradentes que se tem acesso ao pequeno beco, todo ele composto por residências e edifícios residênciais que abrigam moradores privilegiados. Fiz as fotos numa manhã ensolarada de domingo e a pequena rua parecia dormitar preguiçosamente aquecida  pelo calor dos raios do sol. As poucas e pequenas casas pareciam dormir indiferentes ao dia que corria solto do lado de fora do pequeno e charmoso beco.







No entorno da Travessa Tiradentes agita-se o centro comercial de Campina Grande. Grandes edifícios, lojas comerciais e de serviços, trânsito intenso. Mas, em simbiose com a correria intensa de toda a região, resistem ainda pelas imediações um bom número de moradias residenciais, teimosas e persistentes, que insistem em lutar contra a pressão imobiliária e comercial. A Travessa é um desses espaços de exílio em pleno burburinho urbano. Aqui não há loja comercial, clínica médica ou escritórios de serviços e, portanto, não há correria nem afobamento na ruazinha apertada que desafia a lógica tirânica do mercado.