quinta-feira, 31 de maio de 2012

Roldão Mangueira volta ao velho açude

Campina Grande experimentou o que nem Roldão Mangueira conseguiu realizar: caminhar sobre as águas do Açude Velho.



Em 1980 o lider da seita "Os Borboletas Azuis", Roldão Mangueira, em um delírio profético, prometeu que iria caminhar sobre as águas do Açude Velho, a exemplo do que havia feito Jesus Cristo. A sua intenção com o gesto era provar que o fim do mundo estava perto, que a grande catástrofe aconteceria naquele mesmo ano, e que o seu povo seria o eleito e estaria salvo. Roldão Mangueira terminou não atravessando o açude e o mundo, como ficamos sabendo depois, não acabou sob a ação do fogo e da chuva. Não se sabe ao certo o que teria impedido o profeta Roldão de andar sobre as águas do Açude Velho. Dizem que os bombeiros o impediram de entrar nas águas quando tudo já estava pronto. Dizem também que ele sumiu, desapareceu no fatídico dia, não se sabe ao certo porque. O certo é que ele não andou sobre as águas, mas deixou no ar um certo mistério em torno do não feito. 

Pois bem. Exatos 32 anos depois e com o mundo resistindo à sua extinção, a população de Campina Grande pode experimentar aquilo que nem o profeta conseguiu fazer: caminhar sobre as águas do Açude Velho. E isto foi possível graças à ação de um novo profeta, o artista plástico e professor Jarrier Alves. Jarrier construiu uma ponte de 150 metros cuzando de um lado a outro o Açude Velho. Toda construída em material reciclado colhido nos lixos de Campina, madeira, cordames e pelo menos 8 mil garrafas de plástico, a instalação serviu para alertar a população da necessidade de se cuidar melhor do lixo urbano e, ao mesmo tempo, homenagear o antigo profeta campinagrandense nos 32 anos daquilo que seria o seu maior feito: caminhar sobre as águas do velho cartão postal de Campina. E a população aproveitou para curtir uma de profeta e caminhar sobre as águas calmas do açude, sob o olhar vigilante do Corpo de Bombeiros.

















Roldão Mangueira foi o lider da seita messiânica "Os Borboletas Azuis" que teve o seu período mais ativo entre os anos de 1970 e 1980. Roldão pregava que o mundo seria destruído exatamente no dia 13 de maio de 1980. Ele afirmava com segurança que uma enorme bola de fogo iria cruzar o céu, que o sol iria girar três vezes consecutivas e que um trovão ensurdecedor iria ecoar por toda a Serra da Borborema. Em seguida, segundo ele, choveria ininterruptamente por 120 dias, acabando por completar a extinção do mundo. Apenas os fieis da seita, seguros em sua Igreja, seriam salvos. A seita tinha sua sede no bairro do Quarenta, num igrejinha chamada "Casa de Caridade Jesus no Horto". Trancados na sede os fieis, depois de acumularem gêneros alimentícios em abundância, esperariam o fim do mundo em segurança.


 Roldão Mangueira. Foto: Junot Lacet/DB/D.A Press


Últimos remanescentes da seita. Foto: rededenoticias.com


terça-feira, 15 de maio de 2012

O espetáculo da natureza nos arredores de Campina


 A cachoeira do pinga, no vizinho município de Matinhas

Campina Grande se situa bem no alto do planalto da borborema, a aproximadamente 550 metros acima do nível do mar. Uma cidade serrana, de clima agradável e paisagens bonitas de se ver. Saindo da cidade em direção à zona rural do município ou em direção aos municípios vizinhos, muitos deles bem próximos a Campina, podemos apreciar paisagens belíssimas. Cachoeiras, rios, açudes, serras enormes repletas de formações rochosas abrigando sítios arqueológicos, árvores nativas da região e pequenas comunidades rurais, bucólicas, perdidas no meio da imensidão. Tudo isso faz do entorno de Campina uma região bastante agradável, ideal para quem gosta de uma boa caminhada ecológica, ou uma exigente trilha de bike ou de moto. Bom também para quem gosta de um boa refeição em contato com a natureza, oferecida pelos inúmeros restaurantes rurais que se espalham por toda região. 


Indo para o distrito de Galante


Entre o Bairro das Cidades e o distrito de Malhada Grande, em Queimadas


Formação rochosa no distrito de Guritiba, em Queimadas


O Rio Paraíba Cheio. Município de Barra de Santana


Rio Paraíba


Afluente do Rio Paraíba, próximo ao município de Mogeiro


 Próximo ao distrito do Alvinho, Lagoa Seca


Descendo a serra. Lagoa Seca - Massaranduba

Quando se deixa a zona urbana de Campina Grande, não é preciso andar muito para chegar em um município vizinho. Lagoa Seca, Matinhas, Massaranduba para um lado. Puxinanã, Boa Vista e Pocinhos para outro. Queimadas e Fagundes numa outra direção. O interessante é que, para onde se vai, subindo e descendo as serras, é possível enxergar Campina de longe, como um centro gravitacional apontando o caminho de volta. A vegetação também varia muito dependendo do caminho que se pretende seguir. Como a cidade se situa na fronteira entre microrregiões de clima e vegetação diferentes, a paisagem ao redor da cidade varia muito. Ao nordeste, a paisagem é verde e arborizada, típica do brejo presente nas partes mais altas do planalto. Ao sudeste, encontra-se uma paisagem típica do agreste, com árvores e longas pastagens. As regiões oeste e sul do município são dominadas pelo clima e vegetação do Cariri, com vastas áreas de vegetação rasteira de Caatinga e clima bastante seco. Mas não importa o caminho que se segue. O espetáculo é garantido.


Próximo ao bairro da Catingueira, zona rural de Campina


Malhada Grande, em Queimadas


Indo para a Fazenda Maria da Luz


 Zona rural de Queimadas


Zona rural de Queimadas

terça-feira, 8 de maio de 2012

Rua João da Mata


A rua João da Mata, vista a partir do encontro com a Vidal de Negreiros

A rua João da Mata é uma das ruas mais tradicionais de Campina Grande. Localizada bem no centro da cidade, seguindo na direção do Açude Velho, a rua combina tradição e modernidade num só lugar. Velhos e antigos casarões convivem lado a lado com modernos edífícios recentemente construídos dando ao logradouro uma beleza toda especial. Constituindo-se de uma grande reta que liga duas outras ruas importantes de Campina, a Vidal de Negreiros e a Vila Nova da Rainha, a João da Mata é hoje uma rua com forte presença comercial. Lojas de informática, consultórios médicos e empresas de serviços dão a tônica da atividade comercial do local. Elas convivem lado a lado com novos edifícios residenciais recem construídos e com as antigas e históricas residências qua ainda resistem à pressão imobilaria que toma conta de toda a região.

Nos anos 1940-50 a rua João da Mata era uma área de expansão urbana de Campina Grande, numa época onde o comércio de algodão estava em plena ascensão e a industrialização na cidade tomava corpo. Para lá se dirigiam comerciantes, exportadores de algodão, industriais e proprietários de terra. Foram eles que gradativamente ocuparam a área, delineando as feições da rua nos dias de hoje. Em busca de paz e de sossego para bem morar, foram construindo alí moradias enormes e palacetes modernos, muitos deles em pé até hoje.











No encontro com a rua Vila Nova da Rainha e com a rua Quebra Quilos, a João da Mata se aproxima da feira central de Campina Grande. De lá, podemos ver o movimento da feira, principalmente aos sábados. É gente passando pra todo lado, carros de feirantes, transportes alternativos e ônibus circulando pela região, transportando gente e produtos para a feira de Campina, uma das maiores de todo nordeste. Na mesma região se encontra também a Maternidade Elpídio de Almeida, mantida pela prefeitura, bem no encontro entre as três ruas. Na rua funcionou também, a bastante tempo, O colégio Tiradentes e a antiga e saldosa AABE, Associação Atlética Banco do Estado, associação de lazer dos funcionários do extinto Banco do Estado da Paraíba, o BEP. Curiosamente as duas instituições ocuparam o mesmo prédio, já no final da rua, próximo à maternidade, sendo que a associação bancária era bem mais antiga que o colégio. Lembro bem do local porque foi na AABE que minha turma de concluintes do CAD (Colégio Alfredo Dantas) fez a festa de conclusão do então segundo grau. Foi no final do ano de 1982, ano das primeiras eleições democráticas pós ditadura militar de 1964. Já faz um bom tempo.



















Mas quem foi João da Mata, a figura que deu nome à rua. De acordo com o blog Retalhos Históricos de Campina Grande, que já tomou como referência o livro Memorial Urbano de Campina Grande, "João da Mata Correia Lima nasceu em João Pessoa a 08/02/1830 e faleceu em Recife em 1877. Formou-se em direito em Olinda em 1852 . Foi Secretário do governo do Barão do Mamanguape, membro do Partido Conservador, foi Juiz de direito de Baturité (CE), em Campina Grande (1866/1873), em Viana (MA) e em Areia (PB) (1874). Foi chefe de Polícia em Alagoas e Deputado Provincial de 1854 a 1861. Foi também, Presidente interino da Paraíba em 1877. Era casado com Ana Gertrudes Rodrigues de Paiva". (Fonte: cgretalhos.blogspot.com).