quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

É primavera na serra

O colorido dos ipês invade as ruas de Campina



Nos meses de novembro e dezembro Campina Grande assiste maravilhada à floração dos inúmeros pés de ipê que se espalham pela cidade. É que, nos últimos anos, a prefeitura e os próprios moradores do município se ocuparam em plantar inúmeros pés dessa árvore de flores coloridas, espalhando-as pelas praças, ruas e avenidas do centro e dos bairros. O resultado é que nestes meses de fim de ano a cidade fica toda enfeitada, colorida pela floração dos ipês, proporcionando aos moradores e visitantes um grande espetáculo de cores e rara beleza.












Foto: Márcia Oliveira


Foto: Márcia Oliveira


Foto: Márcia Oliveira


Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa árvore cascuda, e é o nome popular usado para designar um grupo de nove ou dez espécies de árvores com características semelhantes, de flores brancas, amarelas, rosas, roxas ou lilás. Os ipês ocorrem principalmente em florestas tropicais, mas também aparecem no cerrado e na caatinga. Apesar de sofrer intensa perseguição por parte de madeireiros, o ipê ainda sobrevive graças ao cultivo para fins decorativos. Pelo seu menor porte (alguns ficam entre 10 a 20 metros), os ipês-amarelos são os mais usados na arborização das cidades, proporcionando um bonito contraste, principalmente quando suas flores amarelas caem sobre o asfalto. Encontrar o ipê em seu habitat natural, entretanto, é cada vez mais raro entre a maioria das espécies.






Contrariando a natureza, as flores do ipê desabrocham em dias secos e cinzentos de inverno. E é assim que, antes mesmo do surgimento da nova folhagem, elas anunciam a proximidade da Primavera. Encontrado em todas as regiões do Brasil, o ipê sempre chamou a atenção de poetas e escritores. Uma curiosidade sobre o ipê:  em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o pau-brasil a árvore nacional e o ipê-amarelo, da espécie tabebuia vellosoi, a flor nacional.

É isso aí. Saia de casa e dê uma olhada nas ruas de Campina para apreciar o colorido festivo dos ipês.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Zé Preto das meninas

Campina Grande é terra de cada figura...!


Zé Preto e sua máquina


Campina Grande tem sido, ao longo dos anos, exemplar na produção de personagens estranhos, folclóricos, exóticos. Pelas ruas da cidade caminham figuras que ganham popularidade exatamente por sua excentricidade. Cada época e cada tempo produzem os seus próprios personagens, com características próprias e distintas. Quem não conheceu Assisão, por exemplo, mendigo barbudo que dormia pelas ruas centrais de Campina Grande e fazia ponto no calçadão da rua Cardoso Vieira? Ou do famoso “Biu do Violão”, fã número um do rei Roberto Carlos? E quem não conheceu O "Negão do cafe", que chegou a ser vereador em Campina, e o famoso e tradicionalíssimo "Zé bonitinho"? 
Pois Bem! Vamos falar aqui de uma figura que conheci recentemente. Pra falar a verdade, já tinha me cruzado com ele pelas ruas da cidade. Mas foi no dia 7 de setembro desse ano, em pleno desfile cívico, que o conheci pessoalmente. Tiramos um dedo de prosa e ele me autorizou a tirar as fotos que compartilho com vocês. Eu Estava aproveitando o feriado para dar uma pedalada pelo açude velho e me deparei com seu "Zé" e sua máquina, uma senhora máquina, curtindo o desfile, tomando uma latinha de cerveja e paquerando as "meninas", como ele mesmo me fez ver. 













Realmente uma figura esse seu Zé Preto. E sua bike então? Cheia de estilo. Chama a atenção aonde quer que ele vá. Fez um sucesso tremendo nesse dia. Bom, é isso aí! Fica o registro. Agora vou ver se encontro "Zé Bonitinho". Ele deve estar pelos sinais de Campina organizando o trânsito. Inté.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O açude novo e o Parque Evaldo Cruz

Um espaço verde bem no centro de Campina Grande




Quando vi pela primeira vez o Parque Evaldo Cruz ele não era mais o antigo açude que abastecia Campina, nem era ainda o parque que hoje deixa a cidade mais verde. O açude já havia sido drenado e estava seco e em seu lugar já se desenhava o formato do parque que iria surgir. No imenso vazio que ali existia a meninada da região jogava bola e se divertia. Mas eu nunca cheguei a participar dessas partidas acirradas de futebol. É que eu me mudei para Campina em 1975 e morava no Alto Branco, um pouco distante. Então, raramente passava por lá e via aquela imensidão. Mas foi só no ano de 1976, quando já morava na Liberdade e era obrigado a passar pela região em direção ao  centro da cidade, que passei a conviver com o parque. Depois de sua inauguração, então, ele se incorporou definitivamente à minha vida. 


O açude novo à direita e os coqueiros de Zé Rodrigues à esquerda
Foto: Coleção particular de Lêda Santos de Andrade


O Açude Novo foi construído em 1830 com o objetivo de abastecer a população de Campina de água potável devido às secas que assolavam a região. Ele foi o segundo construído na cidade. O primeiro foi o Açude Velho, hoje um famoso cartão postal do município, e o terceiro foi o também famoso Açude de Bodocongó. Por quase 100 anos os Açudes Novo e Velho foram as únicas fontes de abastecimento de água da população. Em 1976, foi transformado em parque pelo então Prefeito Evaldo Cruz, que lhe deu o nome de Parque do Açude Novo. Após a sua morte, em 1985, a área de lazer passou a ser chamada de Parque Evaldo Cruz, uma homenagem póstuma a seu idealizador. Contudo, ele continua sendo mais conhecido pelo antigo nome.

Eu não cheguei a participar de sua inauguração. Não estava lá. Contudo, frequentei durante anos o novo açude nas tardes de domingo. Na época, as árvores e as palmeiras que hoje lhes dão cor e charme eram ainda muito pequenas. Eu vi estas árvores crescerem! Lembro também dos escorregos, dos balanços, das gangorras e das amarelinhas que animavam a garotada numa disputa frenética. Infelizmente eles não estão mais lá. Lembro também de um grande labirinto que desafiava a nossa imaginação e de uma enorme armação de aço, em forma de cubo, na qual nos trepavamos atravessando-a de um lado a outro. E o que dizer dos bancos que se espalhavam pelos jardins, da fonte luminosa que jorrava água nos fins de tarde, salpicando nossas roupas de domingo. O que dizer dos vendedores de pipoca, de algodão doce e dos fotógrafos que, com seus pequenos poneis e máquinas possantes, davam um espetáculo à parte. Tudo soava a música e a poesia. Ao som de Lady Zu e no rítimo da abertura política que tomava forma, o Açude Novo brilhava nas tardes de sol da rainha da borborema.























Para saber mais sobre o açude e sobre o parque você pode acessar o blog cgretalhos. Lá você encontra fotos antigas do açude e da construção do parque (fotos da construção do obelisco, por exemplo) e curiosidades.